As usinas termelétricas movidas a carvão no sul do Brasil tiveram um impacto significativo nas emissões de carbono do país, de acordo com um estudo recente. Embora tenha havido uma redução no número de usinas em operação em 2022, a tendência aponta para um aumento no uso de fontes fósseis, como o gás natural.
O relatório anual que avalia o impacto do setor na poluição foi divulgado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) e identificou que as térmicas a carvão lideraram as emissões de gases de efeito estufa no ano passado, seguidas pelas usinas movidas a gás natural.
O estudo analisou 72 usinas termelétricas fósseis conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, ainda não incluiu 13% da geração térmica com fonte fóssil, que está localizada em sistemas isolados no norte do país. O Iema planeja incluir essa parcela em avaliações futuras.
Devido à disponibilidade de água nos reservatórios das hidrelétricas e ao crescimento dos projetos de geração solar e eólica, muitas termelétricas permaneceram desligadas, resultando em uma queda de 67% na geração de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis. As usinas inventariadas geraram um total de 31,1 Terawatt-hora (TWh) em 2022, em comparação com 95,7 TWh no ano anterior.
Embora tenha sido um período incomum, devido às variações climáticas, o estudo sinaliza um aumento na geração térmica a partir de fontes fósseis para a produção de energia elétrica no sistema brasileiro.
O levantamento também observa um aumento constante no uso de térmicas com combustíveis fósseis ao longo dos anos, resultando em um aumento nas emissões de gases de efeito estufa no setor elétrico brasileiro. A maioria das emissões (98%) no ano passado veio de metade das usinas fósseis, com um grupo de dez delas sendo responsável por 63% das emissões, sendo cinco delas movidas a gás natural e as outras a carvão mineral. As quatro maiores emissoras estão localizadas na região Sul, com Candiota 3, em Candiota (RS), liderando o ranking, contribuindo com 12,1% das emissões.
Outras usinas notáveis em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul também figuram entre as principais emissoras de gases de efeito estufa.
Foto: Esfera
Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)