Na tarde desta quarta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal no âmbito de uma investigação relacionada a um grupo de WhatsApp em que alguns empresários defenderam a possibilidade de um golpe caso Lula (PT) vencesse as eleições.
Durante o depoimento, Bolsonaro entregou uma declaração por escrito à PF na qual negou qualquer intenção golpista.
O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e parte da investigação já foi arquivada. No entanto, a apuração ainda está em curso em relação aos empresários Meyer Nigri, da Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan.
A PF havia originalmente convocado Bolsonaro para depor no final de agosto, mas seus advogados solicitaram o adiamento do depoimento. A intimação do ex-presidente ocorreu devido às conversas encontradas pela polícia no celular de Meyer Nigri e também devido à relação do ex-presidente com Luciano Hang.
Em uma das conversas com Nigri, Bolsonaro solicitou que ele compartilhasse "ao máximo" uma mensagem que sugeria, sem apresentar provas, uma possível fraude no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O conteúdo das mensagens trocadas entre Bolsonaro e Nigri, presente no relatório da PF, refere-se à atuação do ex-presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, em relação ao atual processo eleitoral no Brasil. A mensagem menciona que Barroso fez viagens internacionais para promover a segurança e a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro, além de alegar que ele mentiu sobre o voto impresso ao lado da urna eletrônica durante reuniões com líderes partidários, quando a proposta do voto impresso foi derrotada em 2021. Essas mensagens foram transcritas pela PF como parte das evidências do caso.
Foto: Evaristo Sá/AFP
Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)