Eliziane Gama, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os eventos de 8 de janeiro de 2023, divulgou os nomes dos primeiros indicados para possível indiciamento devido à tentativa de golpe de estado, que ocorreu quando indivíduos invadiram as sedes dos Três Poderes.
Os indicados incluem o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, vários generais, o ex-comandante da Marinha, tenente-coronel, ex-ministro da Justiça, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal e outros.
Essas nomeações estão relacionadas a acusações de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado.
O relatório da relatora pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por diversos crimes, incluindo associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de deposição de governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.
Além disso, a lista inclui vários militares, policiais rodoviários federais e membros da Polícia Militar do Distrito Federal, bem como indivíduos suspeitos de financiar ou influenciar a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro.
Eliziane Gama argumentou que golpes modernos não envolvem soldados, mas sim a disseminação de mentiras e ódio, frequentemente em ambiente digital, utilizando símbolos nacionais.
Ela destacou que a bandeira nacional foi usada como insígnia e símbolos nacionais foram usados para unificar os que se denominavam patriotas. A relatora observou que tentativas de golpe frequentemente envolvem a formação de forças paramilitares que recrutam, preparam e armam milicianos para que o golpe não pareça um golpe.
Eliziane Gama também afirmou que Bolsonaro atentou contra as instituições democráticas desde o início de seu governo e que alimentou a violência entre os brasileiros que discordavam dos ideais bolsonaristas. Ela citou discursos de Bolsonaro que insinuavam a necessidade de uma guerra civil com milhares de mortes no país.
Além disso, a relatora alegou que a lista inclui integrantes do chamado "gabinete do ódio" e apresentou evidências que fundamentaram suas nomeações.
Parlamentares bolsonaristas apresentaram relatórios paralelos discordando do documento da relatora, focando em uma suposta omissão do governo federal em relação aos eventos de 8 de janeiro.
Foto: Fotos: Waldemir Barreto/Agência Senado/Divulgação
Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)