Um estudo da Associação Internacional de Bancos (IIF, na sigla em inglês) analisou os possíveis efeitos da dolarização na Argentina, uma medida defendida por alguns candidatos nas eleições presidenciais de outubro. A conclusão é que a mudança teria custos elevados em termos de divisas, impacto social e para o Rio Grande do Sul, principal parceiro comercial do país vizinho.
Segundo o estudo, a Argentina precisaria de US$ 80 bilhões para dolarizar sua economia, o que representa quase 13% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Como o país não dispõe de reservas suficientes, teria de gerar uma recessão de 3,5% para reduzir a demanda por dólares. Além disso, a dolarização eliminaria a autonomia monetária e cambial do país, dificultando o ajuste aos choques externos.
Para o Rio Grande do Sul, a dolarização na Argentina poderia ter efeitos negativos sobre as exportações, especialmente de produtos industriais, como automóveis, máquinas e equipamentos. O estudo estima que as vendas externas do Estado para o país vizinho cairiam 15% no primeiro ano da mudança. Por outro lado, a medida poderia aumentar a confiança dos investidores e reduzir a volatilidade cambial na região.
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Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes).