O governo federal anunciou nesta sexta-feira (22) um novo corte de R$ 600 milhões no Orçamento de 2023, elevando o total de gastos bloqueados para R$ 3,8 bilhões. A medida foi necessária para cumprir o limite de despesas previsto na PEC da transição, que ainda está em vigor neste ano. O corte afetará os investimentos e o funcionamento dos ministérios, que terão seus recursos detalhados no fim do mês.
Apesar do ajuste fiscal, o governo também reduziu a estimativa de déficit nas contas públicas para este ano, de R$ 145,4 bilhões para R$ 141,4 bilhões. O resultado negativo representa 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo tem autorização do Congresso para ter um rombo de até R$ 238 bilhões em 2023.
A melhora na projeção do déficit se deve ao aumento da arrecadação federal, que vem batendo recordes nos últimos meses. Em agosto, a receita somou R$ 146,5 bilhões, o maior valor para o mês desde 1995. No acumulado do ano, a arrecadação já soma R$ 1,06 trilhão, um crescimento real de 21% em relação ao mesmo período de 2022.
O governo espera que a recuperação da economia se mantenha nos próximos meses e projeta um crescimento do PIB de 5% em 2023. Para isso, conta com a aprovação do arcabouço fiscal, um conjunto de regras que vai substituir o teto de gastos e permitir um aumento das despesas em áreas prioritárias. O projeto já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, mas precisa passar por uma nova votação dos deputados.
Foto: Marcelo Camargo
Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes).