O presidente Lula chegou a Cuba nesta sexta-feira (15) para participar de uma reunião do G77 e da China, um grupo de países em desenvolvimento. Ele também se encontrou com o líder cubano, Miguel Díaz-Canel, para retomar o diálogo entre os dois países, que foi interrompido pelos governos anteriores de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Um dos assuntos em pauta foi a dívida de US$538 milhões que Cuba tem com o Brasil, referente ao financiamento de obras de infraestrutura, como o Porto de Mariel. O país caribenho deixou de pagar as parcelas desde 2018, alegando dificuldades econômicas causadas pelo embargo americano e pela pandemia.

Segundo um documento interno do governo brasileiro, obtido pela Folha, Cuba pediu “algum tipo de flexibilidade” para renegociar a dívida, como um desconto no valor total, o uso de outras moedas ou o pagamento em produtos cubanos, como charutos e rum. O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre as propostas.

Lula defendeu a reaproximação com Cuba e disse que o país é “bom pagador” e que vai honrar suas obrigações. Ele também destacou os benefícios dos investimentos brasileiros na ilha, que geram empregos e renda. Lula é amigo do falecido líder cubano Fidel Castro e sempre manteve boas relações com o regime comunista.

Foto: Ricardo Stuckert

Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes).