A passagem da tempestade Daniel pelo leste da Líbia causou uma das maiores tragédias humanitárias da história do país. As fortes chuvas provocaram o rompimento de duas barragens e a inundação de várias cidades, especialmente Derna, onde mais de 11 mil pessoas morreram e outras 10 mil estão desaparecidas.
As equipes de resgate enfrentam dificuldades para encontrar e retirar os corpos das vítimas, que estão espalhados pelas ruas, pelas praias e sob os escombros de casas e edifícios. Muitos corpos foram enterrados em valas comuns, sem identificação ou registro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu às autoridades locais que não se apressem com os enterros ou cremações em massa, pois isso pode causar problemas sociais, jurídicos e psicológicos para as famílias. A OMS também alertou para o risco de um surto de cólera entre os sobreviventes, que precisam de cuidados de saúde primários.
A comunidade internacional enviou ajuda humanitária para a Líbia, incluindo sacos para cadáveres, equipamentos para localizar pessoas presas na lama e nos edifícios danificados, alimentos e água potável. O chefe de ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, disse que a situação é “desesperadora” e que é preciso uma resposta rápida e coordenada.
Foto: Cruz Vermelha Internacional
Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes).