O rotativo do cartão de crédito, que cobra juros altos de quem não paga o valor total da fatura, é um modelo insustentável e que gera superendividados no Brasil. Essa é a opinião do economista Lauro Gonzalez, professor e coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV-SP.
Em entrevista ao podcast O Assunto, Gonzalez explicou como funciona esse tipo de crédito e por que ele precisa ser revisto pelo Banco Central. Segundo ele, o rotativo do cartão de crédito tem taxas de juros que podem chegar a 1000% ao ano em algumas instituições e uma taxa de inadimplência de 50%.
Gonzalez comparou a situação do rotativo do cartão de crédito com a crise de 2008 nos Estados Unidos, provocada pelo colapso do mercado imobiliário subprime, que concedia empréstimos hipotecários a pessoas com baixa capacidade de pagamento.
O economista disse que o uso do cartão de crédito no Brasil é mais como uma contratação de crédito imediato do que uma forma de pagamento. Ele apontou três fatores que contribuem para esse problema: a macroeconomia ruim, as decisões individuais dos consumidores e os modelos das empresas para fornecer crédito.
Foto: G1.
Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes).