Perícia conclui laudo final de acidente aéreo de Marília Mendonça
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Publicado em 16/05/2023

Foi concluída a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), sobre o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro vítimas no dia 5 de novembro de 2021.

O relatório será apresentado primeiramente aos familiares das vítimas nesta segunda-feira (15) e posteriormente, será disponibilizado para o público "como forma de promover o amplo acesso e transparência das informações investigadas", de acordo com as informações do G1.

As investigações iniciais indicavam que o avião estava voando baixo e bateu em um cabo de uma torre de distribuição da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Ceming). O impacto fez com que o cabo de aço enrolasse no motor esquerdo da aeronave. As condições meteorológicas no dia do acidente também favoreceram para que houvesse problemas.

No acidente que ocorreu na cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais, morreram: A cantora Marília Mendonça, o piloto Geraldo Medeiros, o copiloto Tarcísio Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho.

 

Veja abaixo a conclusão da investigação

  • os pilotos estavam com os Certificados Médicos Aeronáuticos (CMA) válidos;
  • os pilotos estavam com as habilitações de Avião Multimotor Terrestre (MLTE) e Voo por Instrumentos – Avião (IFRA) válidas;
  • os pilotos estavam qualificados e possuíam experiência no tipo de voo;
  • a aeronave estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 01JUL2022;
  • a aeronave estava dentro dos limites de peso e balanceamento;
  • as escriturações das cadernetas de célula, motores e hélices estavam atualizadas;
  • não se evidenciou qualquer condição de falha ou mau funcionamento de sistemas e/ou componentes da aeronave que pudesse ter afetado o desempenho ou o controle em voo;
  • não se evidenciaram alterações de ordem médica ou psicológica, no período anterior ao acidente, que pudessem ter afetado o desempenho dos pilotos em voo;
  • as condições meteorológicas eram propícias à realização do voo;
  • a situação do aeródromo de SNCT era regular, tanto com relação à inscrição no cadastro de aeródromos da ANAC, quanto com relação à aprovação do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA) junto ao DECEA;
  • o aeródromo de SNCT possuía Superfícies de Proteção ao Voo Visual (SPVV) para aeronaves críticas de “Categoria de Performance B”;
  • havia uma linha de transmissão de 69 kV fora dos limites de Zona de Proteção de Aeródromo (ZPA) de SNCT;
  • a linha de transmissão de 69 kV não se enquadrava nos requisitos que a qualificassem como um obstáculo ou objeto passível de ser sinalizado;
  • o cabo para-raios da linha de transmissão de 69 kV possuía baixo contraste em relação à vegetação ao fundo;
  • a aproximação do PT-ONJ foi iniciada a uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de “Categoria de Performance B” e com uma separação em relação ao solo muito reduzida;
  • a colisão da aeronave contra o cabo para-raios resultou em esforços de tração que arrancaram o motor esquerdo de sua fixação, ainda em voo, e ocasionou a total perda de controle da aeronave;
  • a aeronave impactou o solo com elevada razão de afundamento, com grande inclinação lateral para a esquerda e atitude próxima à nivelada;
  • a aeronave teve danos substanciais;
  • todos os ocupantes sofreram lesões fatais.
     

Em uma nota divulgada pelo advogado da família, o Cenipa pontuou que os trabalhos têm como foco a prevenção de acidentes, não buscam o estabelecimento de culpa ou responsabilização pelo ocorrido, mas indicam “possíveis fatores contribuintes que permitem elucidar eventuais questões técnicas relacionadas” ao acidente. Ainda em uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (15), o advogado da família afirmou que o relatório não indica erro humano ou falha mecânica.

 

Foto: Acervo Marília Mendonça

Por: Lidiane Lopes (estagiária sob supervisão de Igor Islabão).

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