Com o retorno das atividades acadêmicas hoje na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a preocupação dos alunos é com a insegurança que ronda os campi da instituição. Além dos assaltos, tanto durante o dia quanto à noite, o assédio de pessoas em situação de rua, por vezes, ultrapassa os limites do bom senso e acaba virando assalto. Diante da situação, o Centro Acadêmico de Geografia da UFPel enviou uma carta às autoridades pedindo providências.
A ousadia é tanta, que estudantes que moram em torno da Alberto Rosa, Barroso e Benjamin, flagraram dois criminosos de espreita em uma esquina, à espera de uma vítima. “Percebemos também que o número de pessoas em situação de rua e usando do entorno dos próprios públicos da universidade para se abrigar vem aumentando. O recesso da universidade pareceu contribuir para o aumento desse tipo de crime, pois quem oferta alimentos básicos e esmola estava em férias e os assaltos, por vezes, acontecem por pessoas que nós mesmos ajudamos”, relata um estudante. No documento entregue é solicitada providências em relação às condições de insegurança no entorno dos campi, na região central da cidade e no Porto.
Pedido de providências
No documento, é reconhecido que a situação rua é uma das principais injustiças sociais na cidade, porém solicitam às autoridades indicadas nesse ofício que busquem providências a fim de garantir o retorno seguro dos estudantes hoje. Os alunos pedem fiscalização e patrulhamento no Centro Acadêmico da Geografia (Cageo) e no Bacharelado e Licenciatura em Geografia da UFPel. Além disso, querem melhorias nos sistemas de câmera de vigilância da cidade e de monitoria privada da instituição no entorno dos campi.
Por vezes, os estudantes escutam de dentro de casa as movimentações dos assaltantes. “Até mesmo já presenciaram da janela os criminosos praticando o delito”, comenta outro estudante. A carta sugere ainda a garantia de que as pessoas cidadãs em situação de rua tenham suas necessidades básicas de alimentação e abrigo devidamente atendidas, com políticas públicas e acolhimento por parte dos órgãos competentes.
“Nossa comunidade espera que as solicitações pautadas neste documento, facilitem a atuação dos atores públicos e políticos e possibilitem a nós estudantes e a sociedade a possibilidade de estarem em seus espaços, com sua cidadania e que as pessoas menos favorecidas tenham a devida atenção que cabe ao Estado garantir de maneira adequada, segura e pacífica”, diz a carta.
O ofício foi encaminhado à prefeitura, Câmara Municipal de Pelotas; reitoria da UFPel, ao Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) e ao Comando do 4ºBPM. O comandante, tenente-coronel Paulo Renato Scherdien, explica que o indicador de roubo a pessoas está com uma redução de 37 % em relação ao mesmo período de 2023.
“Já recebemos informações sobre essa preocupação dos alunos, e estamos realizando patrulhamentos preventivos na região dos prédios da UFPel. Importante que as vítimas sempre comuniquem a BM através do 190 situações dessa natureza, mesmo que o delito não tenha se concretizado a informação será útil para uma abordagem, revista e localização dos autores”
Por A Hora do Sul
Foto: Divulgação