Safra do Pêssego deve ficar nos mesmos patamares de 2023
Zona Sul
Publicado em 24/10/2024

Os problemas climáticos enfrentados nos últimos meses são os principais responsáveis por uma safra menor de pêssego de indústria em 2024. A expectativa é que a colheita fique em torno das mesmas 25 mil toneladas obtidas em 2023. Excesso de umidade, pouca luminosidade e frio intenso no começo da plantação são os responsáveis pela quebra.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Adriano Bosenbecker, a expectativa inicial projetava uma safra 10% a 20% melhor do que a obtida em 2023. “Depois do período do raleio, último manejo antes da colheita, teve muita queda de fruta”, explica.

O engenheiro agrônomo Edgar Martin Norenberg, assistente técnico regional de fruticultura e supervisor regional da Emater-RS, explica que o excesso de chuva no começo do outono prejudicou o desenvolvimento das plantas. O frio intenso de alguns períodos também foi outro problema enfrentado pelos produtores. “Tivemos alguns dias de frio intenso, que o pessoal chama de geada negra. Depois quando se corta as frutas vemos que elas estão queimadas por dentro”, explica.

Norenberg frisa que o excesso de umidade, pouca luminosidade e pouco sol desde julho, início da brotação, favoreceu muito o desenvolvimento de doenças na planta. Mesmo com os produtores fazendo o controle preventivo, o excesso de chuvas reduziu a eficiência dos tratamentos.

Conforme o censo da Emater, no ano passado existiam 4874 hectares de pêssego na região, com 948 produtores envolvidos com a atividade. Os municípios com plantação são Pelotas, Morro Redondo, Canguçu, Piratini, Cerrito e Arroio do Padre.

Em escala muito menor do que o pêssego da indústria, alguns produtores também plantam o pêssego chamado de mesa, cerca de 450 hectares plantados desta variedade.

Preço de venda

Na reunião entre a Associação dos Produtores de Pêssego e o Sindicato das Indústrias, não houve acordo sobre preço de venda do pêssego, informa Bosenbecker. A associação solicita o preço de R$2,80 para o pêssego de tipo I e R$2,40 para o tipo II. A indústria oferta o preço de R$2,50 e R$2,20. “Nós, como associação, solicitamos pelo menos o acréscimo de 10 centavos no valor para amenizar um pouco das perdas desta safra”, diz.

Para o consumidor o preço do pêssego in natura não deve subir, pois o grande produtor dessa variedade é na Serra Gaúcha. “Pelo que estamos vendo, a expectativa é que a safra será boa”, informa Norenberg.

Por A Hora do Sul

Foto: Michel Corvello

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