Desde junho, voluntários da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Instituto Federal Sul-Riograndense (IF) têm doado seu tempo e mão de obra especializada para realizar a recuperação de eletrodomésticos de pessoas atingidas pela enchente.
Entre as duas instituições já foram 350 aparelhos reparados e atualmente mais 40 estão em conserto. Além do reparo, o transporte e a grande maioria das peças também são repostas de forma gratuita.
Em uma garagem do campus da Engenharia Madeireira da UFPel, cerca de 15 voluntários do Centro de Engenharias se reúnem para consertar micro-ondas, máquinas de lavar, geladeiras e freezers.
A maioria dos itens são de pessoas em vulnerabilidade social ou de atingidos que, com os danos causados pela água em suas residências, estão sem condições de arcar com os custos de reparo. O trabalho de professores e alunos tem devolvido a quem precisa eletrodomésticos essenciais para a rotina diária.
“O que a gente mais tenta ofertar aqui é a mão de obra especializada”, diz o Técnico em Eletroeletrônica, Thomas Lucas Barroco. Um dos precursores da iniciativa, o voluntário explica que desde o início os reparos têm sido realizados com o auxílio de doações de peças. “Começamos com ferramentas de casa mesmo”, diz. Já o professor Matheus Fonseca complementa: “E com doação de amigos e familiares até para comprar fusíveis”.
As doações
Com a demanda chega diariamente, os voluntários estão arrecadando peças para os aparelhos de pessoas que não tem recurso para custear os itens necessários no reparo. “Quando é uma máquina de lavar que ficou na água, obrigatoriamente tem que trocar todos os rolamentos de motor”, explica Barroco.
Com isso, são aceitas doações desde rolamentos, gás para as geladeiras, entre outras peças que são mais caras como compressores e placas de máquinas e geladeiras.
Diminuição expressiva de custo
Mesmo para os moradores que podem arcar com os valores dos itens de reposição, o trabalho voluntário diminuiu significativamente os gastos que um reparo particular demandaria. “Um custo de micro-ondas que seria 600 reais, quem pode parcelar uma peça de só R$ 100 e o resto a gente faz”. Somente um compressor de máquina de lavar seria R$ cerca 400, sem contar manutenção”.
Além disso, despesas como o frete também ficam por conta dos veículos da Universidade. “O frete do Laranjal para cá é R$ 100, fora a volta”. Até o momento, cem aparelhos já foram reparados e conforme o grupo, a perspectiva é que todas as demandas sejam atendidas até dezembro. “Ainda hoje tem pessoas que estavam fora de casa e estão voltando agora. Sempre tem solicitações, na enchente de setembro teve mais solicitações”, diz Barroco.
No IFSul
No Instituto Federal Sul-Rio Grandense foram 250 aparelhos recuperados e mais 20 estão em processo de reparo. Porém para dar continuidade ao trabalho os voluntários também necessitam de apoio de doações de peças. “A demanda é enorme e estamos sem recursos financeiros para seguir atuando de forma mais intensa”, explica o professor de Engenharia Elétrica, Júlio César Ruzicki.
Para concluir parte dos consertos, inclusive, professores têm custeado as peças. “Estamos tentando obter mais recursos para seguir atuando”. Assim como na UFPel, no IF a mão de obra e o transporte são totalmente gratuitos.
Para ajudar e pedir auxílio
Os interessados em contribuir com doações de peças e outros itens, ou ainda para quem necessita de auxílio para o conserto de eletrodomésticos atingidos pela enchente, basta entrar em contato pelos números:
UFPel – (53) 991690123
IFSul – (53) 21231031
Por A Hora do Sul
Foto: Igor Salgueiro