Na próxima sexta-feira, 27 de setembro, será celebrado o Dia Nacional do Idoso, data que foi estabelecida em 1999 pela Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no Brasil, bem como seus direitos e dificuldades. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano que vem, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta.
Diante desse contexto, surge uma preocupação: a violência contra a pessoa idosa, tema que se faz necessária a discussão a fim de observar e lutar pelos direitos das pessoas na terceira idade.
Nas cidades gaúchas de Rio Grande e Pelotas, por exemplo, até o momento, foram 2.677 casos de violações dos direitos humanos dos idosos já registrados neste ano. Esses números implicam em maus-tratos, exploração sexual e até tráfico de pessoas. Em Rio Grande este número é de 855 casos e Pelotas, 1.822, sendo apenas 318 denúncias efetivadas.
O estado do Rio Grande do Sul registrou 42.989 mil casos, sendo 4.789 denúncias efetivadas.
Para a coordenadora do curso de direito da Anhenguera, Profa. Maria Luiza Bernardi, essa é uma realidade em que a vítima tem receio de denunciar em função de o agressor ser, na grande maioria das vezes, um ente próximo.
“O Dia Nacional do Idoso nos oportuniza a discutir esse problema a fim de combatê-lo. É uma forma de conscientizarmos a população acerca dos cuidados que devemos ter com os idosos e assim, ampliarmos a qualidade de vida da terceira idade. Essas vítimas convivem com familiares por necessidade de receber rede de apoio, o qual nem sempre é prestado de forma adequada. Por isso a atenção deve ser constante”, indica.
Maria Luiza alerta ainda que, quando não é um familiar, o idoso acaba sendo negligenciado por um cuidador e que a atenção permanente contribui para a redução dessas violências. “Quando se notar qualquer anormalidade no tratamento com o idoso, investigue e denuncie se houver algo de errado. Os idosos não têm, em geral, força ou métodos para se defender sozinhos. Há uma legislação responsável pelo direito do idoso e qualquer pessoa pode fazer a denúncia”, destaca.
A docente da Anhanguera indica que as denúncias podem ser feitas por diversos meios, seja através das Polícias Militar (190) ou Civil (197), o Disque 100 (que funciona diariamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana) e canais eletrônicos. Ademais, órgãos como o Ministério Público, mais específico a Promotoria de Justiça com atribuição em matéria do Idoso, podem ser procurados para defesa dos direitos difusos e coletivos dessa classe uma vez que forem violados.
Por fim, a especialista afirma que é essencial evitar a perpetuação da vulnerabilidade do idoso, sendo fundamental que a família exercite o amor e a paciência para lidar com os desafios da terceira idade. “Estabeleça diálogos, fortaleça laços e proporcione um ambiente adequado e seguro para eles. Ouvir o idoso sobre o que ele está passando ajuda a dirimir esse problema”, afirma Maria Luiza.
Por Ascom
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