A safra agrícola 24/25 pode contar com desafios adicionais devido às variações do clima. Após intensas precipitações e alagamentos, provocados principalmente pelo fenômeno climático El Niño, os prognósticos climáticos indicam a chegada de Lá Niña, que representa a baixa e irregular distribuição das chuvas durante a estação de cultivo da soja no Rio Grande do Sul.
Para Fernando Arnuti, Consultor de Desenvolvimento de Produto da Tropical Melhoramento & Genética (TMG) os agricultores precisarão se atentar a dois pontos fundamentais, que são a escolha da cultivar de soja mais apropriada e o escalonamento da época de semeadura como estratégias para minimizar o risco de perda de produtividade.
Arnuti pontua que a agricultura é uma atividade dinâmica, em que cada lavoura possui características químicas, físicas e biológicas únicas. Nesse cenário, a escolha da cultivar de soja baseada no relato de outros agricultores nem sempre é uma estratégia lucrativa. “É recomendado escolher cultivares de soja que estejam de acordo com o histórico da área/talhão (exemplo o tipo do solo, o nível da fertilidade do solo, a ocorrência de pragas/doenças e a média de produtividade) e, assim, escolher a melhor estratégia para maximizar o seu potencial produtivo”, comenta. O especialista diz ainda que o auxílio do engenheiro agrônomo é fundamental no planejamento da lavoura.
La Niña
O fenômeno La Niña, em resumo, é caracterizado por um resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Essa mudança na temperatura das águas oceânicas também desencadeia uma série de alterações nos padrões atmosféricos, que pode durar de 9 a 18 meses. O nome La Niña vem da cultura peruana, assim como o El Niño, e significa “a menina” e age como um equivalente, o El Niño ganha seu nome pois ocorria perto do natal e era associado a chegada do menino Jesus, ou em espanhol, El Niño Jesus.
O principal fator responsável por esse fenômeno é o resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial em até 3.5°C abaixo da média. A La Niña pode causar inundações, chuvas mais fortes, secas, mudanças drásticas na temperatura e o aumento na frequência de fenômenos climáticos extremos. Especificamente no Rio Grande do Sul, é comum uma redução no nível das chuvas, prejudicando a agricultura com a seca.
Por Augusto Lettnin Ferri
Fontes Gabriela Salazar - CDI Comunicação/Ecopédia
Foto Ecopédia