A Polícia Federal (PF) realizou 3 prisões preventivas nesta terça-feira por suspeita de envolvimento em uma operação de tráfico de drogas internacional que partiria do Porto de Rio Grande para a Europa e África. A organização criminosa teria sido responsável por enviar 4,6 toneladas de cocaína para outros países além de receber 3 toneladas de haxixe.
Cinco ordens de prisão foram mandadas pela 22ª Vara Federal de Porto Alegre, e três delas já foram cumpridas em Itajaí, Florianópolis (SC) e Angra dos Reis (RJ). Durante essas operações foram apreendidas 6 embarcações, 13 imóveis e 4 veículos, além de 12 contas de pessoas físicas e 7 de pessoas jurídicas. No total os valores apreendidos e bloqueados ficam em torno de R$30 milhões.
A PF teve apoio da Receita Federal e da Marinha do Brasil para realizar esta ação. Segundo a investigação, o grupo realizava o carregamento de drogas em embarcações pesqueiras, de apoio marítimo e veleiros que teriam a Europa e a África como destino.
A ação, batizada de Narcopesca, é a segunda fase da Operação Hinterland, realizada em março de 2023. Na época, 17 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão foram cumpridos no Brasil e no Paraguai. A investigação começou em março de 2021, a partir de informações recebidas pela PF de que 316 kg de cocaína foram apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande. A investigação indicou que a droga era produzida na Bolívia e remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Se condenados, os suspeitos podem receber uma pena de até 33 anos de prisão, afirma a PF.
Por Augusto Lettnin Ferri
Foto PF/Divulgação