Anvisa proíbe uso de fenol em procedimentos estéticos e de saúde
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Publicado em 25/06/2024

 

 

Medida visa proteger a população após morte decorrente de peeling de fenol realizado em clínica sem autorização.

 

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol para procedimentos de saúde e estéticos. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União.

 

Recentemente, um jovem de 27 anos faleceu em São Paulo após complicações decorrentes de um peeling de fenol realizado em uma clínica estética. A proprietária da clínica não possuía especialização nem autorização para realizar esse tipo de procedimento. A polícia está investigando o caso como homicídio, e a clínica foi interditada e multada.

 

Em comunicado, a Anvisa explicou que a proibição visa proteger a saúde e a integridade física da população, pois até o momento não foram apresentados estudos que comprovem a eficácia e segurança do fenol para esses procedimentos.

 

“A determinação ficará vigente enquanto são conduzidas as investigações sobre os potenciais danos associados ao uso desta substância química, que vem sendo utilizada em diversos procedimentos invasivos”, completou a Anvisa.

 

Entenda

 

O peeling de fenol é um procedimento permitido no Brasil. Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é indicado para tratar envelhecimento facial severo, incluindo rugas profundas e textura de pele comprometida.

 

Quando executada corretamente e de acordo com as orientações, a técnica pode estimular a produção de colágeno e reduzir significativamente rugas e manchas. No entanto, a SBD considera o procedimento invasivo e agressivo, e alerta que a aplicação em todo o rosto exige extrema cautela.

 

“É importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido”, explicou a Anvisa.

 

O Conselho Federal de Medicina (CFM) defende que procedimentos estéticos invasivos, como o peeling de fenol, sejam realizados apenas por médicos, preferencialmente especializados em dermatologia ou cirurgia plástica, garantindo competência técnica e segurança para o paciente.

 

O CFM reforça ainda que, mesmo quando realizados por médicos, todos os procedimentos estéticos invasivos devem ser feitos em ambientes preparados, seguindo normas sanitárias e com estrutura adequada para intervenção imediata em caso de emergências.

 

A entidade solicitou providências de outros órgãos de controle para coibir abusos e irregularidades na área.

 

“A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio das vigilâncias estaduais e municipais, deve reforçar a fiscalização aos estabelecimentos e profissionais que prestam esse tipo de serviço sem atenderem aos critérios definidos em lei e pelos órgãos de controle”.



Por: Pedro Farias

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

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