Um exemplar de gavião-pombo-pequeno foi devolvido à natureza, neste mês, após ser regatado de situação de risco em meio a um temporal no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Devido ao processo de reabilitação em centro especializado, a ave de rapina, considerada rara, permaneceu longe de casa por quase um ano. Agora, pronta para alçar voo novamente, foi solta na mesma região, em uma área de floresta atlântica preservada.
O planejamento e a execução da soltura foram realizados pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), por meio da Divisão de Fauna e da equipe do Museu de Ciências Naturais da Divisão de Pesquisa e Manutenção de Coleções Científicas (DPMCC). “A devolução à natureza permite que esses animais silvestres continuem cumprindo seu papel ecológico nos ecossistemas e, em alguns casos, contribui para a conservação de espécies. As solturas, contudo, devem ser feitas exclusivamente pelos órgãos competentes”, salientou a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann.
O trabalho é criterioso e envolve uma série de cuidados, como a definição do local e da melhor época, a garantia do transporte adequado e a avaliação das condições comportamentais, físicas e de saúde do animal, que deve retornar a seu ambiente natural, para que possa caçar e sobreviver em liberdade. Às vésperas da soltura, a Sema contou com apoio do núcleo Preservas do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que examinou as condições de saúde da ave e ofereceu alimentação adequada. Tudo para garantir que ela estava apta a voltar para casa. No mesmo local, a espécie foi anilhada com apoio do Laboratório de Ornitologia da UFRGS. A recuperação e monitoramento do gavião foram feitos pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram) do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, em Imbé.
Exclusivo do bioma Mata Atlântica, o gavião-pombo-pequeno integra a lista oficial de espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Segundo técnicos da Divisão de Pesquisa da Sema, essa ave é de ocorrência rara no Rio Grande do Sul, com pouquíssimos registros na região litorânea, todos eles recentes.
Reprodução: SECOM/RS
Foto: Glayson Bencke/Sema