O governo brasileiro levantou US$ 2 bilhões nesta segunda-feira (13) por meio da primeira emissão soberana de títulos sustentáveis no mercado internacional. A iniciativa visa posicionar o país entre as economias que buscam recursos com o compromisso de investi-los em práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).

Conforme divulgado pelo Tesouro Nacional, a taxa de retorno para os investidores foi de 6,5% ao ano, representando uma diferença de 181,9 pontos-base em relação ao título do Tesouro norte-americano de referência — o menor nível em novas emissões em quase uma década. Os títulos foram emitidos em dólares, com vencimento em 2031 e prazo de 7 anos.

Embora a oferta inicial fosse de US$ 1 bilhão, a forte demanda dos investidores levou o governo brasileiro a aumentar o montante captado para US$ 2 bilhões. A demanda total foi consideravelmente superior, atingindo aproximadamente US$ 6 bilhões, caracterizando um "interesse significativo", de acordo com o Tesouro Nacional.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a expressividade do resultado, afirmando: "O mercado internacional reconhece o Brasil como se o país tivesse grau de investimento. Está cobrando uma taxa de juros comparável ao México, por exemplo, que tem grau de investimento."

A alocação final contou com uma participação expressiva de investidores não residentes, sendo cerca de 75% provenientes da Europa e América do Norte, enquanto a América Latina, incluindo o Brasil, contribuiu com 25%. A maior parte da emissão foi absorvida por investidores de longo prazo, com gestores de ativos adquirindo aproximadamente 60% dos títulos. A emissão ocorreu ao preço de 98,572% do valor nominal.

Foto: Nidera Sementes

Renan Ferreira (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)