Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que nenhuma das unidades da federação divulga dados desagregados sobre a cor, raça ou origem étnica dos ocupantes de cargos no setor público.
O levantamento intitulado "Conhecendo as lideranças públicas: desafios e oportunidades para ampliação da transparência de dados", feito a pedido da Fundação Lemann e do Movimento Pessoas à Frente, destaca que a ausência de informações detalhadas sobre o perfil dos servidores públicos limita a compreensão sobre a distribuição de representatividade nas instituições.
Mesmo que alguns estados apresentem percentuais gerais de mulheres ou pessoas negras que atuam no serviço público, não é possível identificar onde essas pessoas estão alocadas nos órgãos e cargos.
O estudo, que se baseou no período de agosto a dezembro de 2022, ressalta que somente o estado do Paraná divulga dados desagregados sobre o gênero dos servidores, mas em relação a outros aspectos, como a cor, raça ou origem étnica, ainda há falta de transparência.
A pesquisa também mostrou que apenas oito unidades da federação (Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe) disponibilizam informações sobre a data de início dos servidores em seus cargos, o que permitiria analisar o grau de rotatividade das lideranças públicas.
Foto: Agencia Brasil.
Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes).