Constituição brasileira é traduzida para língua indígena nheengatu após 35 anos de promulgação
Últimas Notícias
Publicado em 25/07/2023

Em um momento histórico, a Constituição brasileira foi traduzida pela primeira vez para uma língua indígena, o nheengatu. O projeto, patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), resultou em uma nova versão da Carta Magna, lançada nesta quarta-feira (19) no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. A cerimônia ocorreu na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN).

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, marcou presença no evento e enfatizou a importância dessa tradução. Ela destacou que a iniciativa simboliza o compromisso em garantir que todos os povos indígenas tenham acesso à justiça e ao conhecimento das leis que regem o país, além de fortalecer a participação deles na vida política, social, econômica e jurídica.

A versão em nheengatu da Constituição foi elaborada por um grupo de 15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, em consonância com o marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das Nações Unidas. O Brasil é uma nação com uma rica diversidade linguística, e o último levantamento de línguas indígenas do país, com base no Censo de 2010, registrou que as 305 etnias brasileiras mantêm vivos 274 idiomas.

Essa tradução representa um importante passo para preservar e valorizar a riqueza cultural e linguística dos povos indígenas do Brasil, permitindo que eles tenham acesso pleno às leis fundamentais que regem a nação. O lançamento da Constituição em nheengatu é uma iniciativa que celebra a diversidade e respeita a pluralidade cultural presente no país.

 

Foto: Agencia Brasil.

Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes).

Comentários