Após um período de seis meses com retiradas líquidas, atingindo um recorde em maio, o saldo da caderneta de poupança voltou a apresentar crescimento em junho, registrando mais depósitos do que saques. De acordo com um relatório divulgado nesta sexta-feira (07) em Brasília pelo Banco Central (BC), no mês passado, os depósitos superaram as retiradas em R$ 2,595 bilhões.
Esse resultado positivo contrasta com o observado em junho do ano passado, quando os brasileiros sacaram R$ 3,755 bilhões a mais do que depositaram na poupança. No mês passado, foram realizados depósitos no valor de R$ 331,864 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 329,269 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança alcançaram R$ 6,278 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre deste ano, a poupança apresentou uma retirada líquida de R$ 66,636 bilhões. Já nos primeiros seis meses de 2022, houve uma captação líquida de R$ 50,489 bilhões. No ano passado, a caderneta de poupança registrou uma fuga líquida (com saques superando os depósitos) recorde de R$ 103,24 bilhões, em meio a um cenário de alta inflação e endividamento.
Embora os rendimentos tenham voltado a superar a inflação devido aos aumentos da taxa Selic (os juros básicos da economia), outras formas de investimento de renda fixa continuam sendo mais atrativas do que a poupança.
Em 2020, a poupança registrou uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuíram para esse resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de COVID-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
Foto: José Cruz/Agência Brasil