A vacina da dengue Qdenga começou a ser aplicada na rede particular do país neste mês, após a aprovação da Anvisa. No âmbito da saúde pública, o Ministério da Saúde tem priorizado a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan desde 2009, porém o imunizante ainda não teve a pesquisa finalizada e pode ser liberado pela Anvisa apenas em 2025.
No entanto, especialistas argumentam que, se recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), o Ministério da Saúde deveria adquirir a vacina japonesa como uma alternativa enquanto uma opção nacional não estiver disponível. A Qdenga, desenvolvida pela empresa farmacêutica Takeda, obteve a aprovação da Anvisa para uso em março, mas para ser incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI), ainda precisa cumprir algumas etapas.
O infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, disse que se o Ministério sinalizar que a imunização contra a dengue é uma prioridade, o processo de aprovação da vacina pode ser acelerado. As sociedades brasileiras de Imunizações, Infectologia e Medicina Tropical recomendaram, para aqueles que podem recorrer à rede privada, a vacina Qdenga em uma nota técnica conjunta. A nota também ressalta a importância da sua análise e incorporação no Programa Nacional de Imunizações (PNI), para ser disponibilizada no sistema público.
Enquanto a pasta não confirma se tem intenção de adquirir e disponibilizar a vacina nos postos de saúde, caso seja recomendada pela comissão, o esquema completo de vacinação varia entre R$ 800 e R$ 1.000 em clínicas particulares.
Foto: Divulgação/Ilustrativa
Texto: Pablo Bierhals (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)