O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (04), assumiu temporariamente a liderança do Mercosul e expressou a busca por uma política de benefícios mútuos com a União Europeia. Durante seu programa semanal "Conversa com o presidente", realizado em Puerto Iguazú, Argentina, Lula criticou as exigências consideradas inaceitáveis pelos países europeus.

O presidente brasileiro enfatizou o objetivo de estabelecer uma política de ganha-ganha, destacando a preocupação com o impacto negativo que certas demandas europeias poderiam ter na economia brasileira. Ele mencionou a resistência em abrir mão das compras governamentais de empresas brasileiras em favor de empresas estrangeiras, o que poderia prejudicar pequenas e médias empresas e resultar na perda de empregos.

As condições impostas pela União Europeia em relação às energias limpas foi outro assunto abordado por Lula, enfatizando que nenhum país tem autoridade moral para discutir o assunto com o Brasil. Ele destacou os esforços do país na preservação ambiental, mencionando a matriz energética majoritariamente renovável do Brasil e seu compromisso de alcançar o desmatamento zero até 2030.

Lula também ressaltou a importância de um acordo baseado na parceria e na busca de soluções conjuntas, rejeitando imposições unilaterais. Ele criticou a postura dos "países ricos" em impor condições aos parceiros comerciais, enquanto, segundo Lula, eles próprios falham em cumprir acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris.

Foto: Reprodução/TV Brasil

Texto: Pablo Bierhals (estagiário sob supervisão de Paola Fernandes)