Relatório policial pede indiciamento de vereador por injúria racial em Canguçu
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Publicado em 30/06/2023

O relatório do inquérito policial vigilante pelo delegado da Polícia Civil Lauro Leonardi de Souza pede o indiciamento do vereador Francisco Vilela (PP) pelo crime de injúria racial. O documento, ao qual a reportagem teve acesso, será encaminhado à Justiça, que continuará ao caso. Desde janeiro, a lei equipara a injúria racial ao crime de racismo, submetendo os infratores a pena de dois a cinco anos de reclusão.

Segundo o relatório, o vereador proferiu ofensas de cunho racial contra a servidora Eliane Rusch durante a suspensão de uma sessão da Câmara no início deste mês. Ao se dirigir ao vereador Ubiratan Rodrigues (PP), Vilela foi ouvido dizendo "negrinha p***, p*** que é um raio, a filha do Zeca", acreditando que o microfone estava desligado.

A advogada Cibele Bernardes, representante de Eliane, comemora o resultado do inquérito.

O delegado considera no inquérito que "resta configurar a prática do crime de injúria racial, independentemente de a ofensa ter sido propagada pelo sistema de som do local por 'acidente', uma vez que [...] o investigado teve uma intenção de ofender o decoro da vítima".

Além do processo movido pelo servidora, a Câmara de Canguçu também abriu um processo que poderá resultar na cassação de Francisco Vilela. Após o afastamento de um vereador que integrava a comissão, a vereadora Iasmin Roloff (PT) assumiu a presidência do processo de análise do caso.

Em um documento apresentado à comissão de cassação, a defesa de Vilela solicita a anulação do procedimento e a declaração de suspeita da vereadora Iasmin por ter se manifestado contra atos racistas. A defesa propõe, ainda, apresentar o certo vídeo pornográfico ao qual o vereador fazia referência.

 

Foto: Diário Popular. 

Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes)

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