Nesta terça-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à taxa de juros do empréstimo consignado, que atualmente atinge 1,97%. Durante seu programa semanal "Conversa com o presidente", Lula comparou esses juros com os cobrados dos grandes empresários e anunciou sua intenção de conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a fim de reverter essa situação.

A indignação do presidente se deve ao fato de que o crédito consignado é dirigido a pessoas com empregos garantidos, cujas parcelas são automaticamente descontadas de seus salários. No entanto, a taxa de juros, que atinge quase 30% ao mês quando somados os juros sobre juros, é considerada excessiva.

Lula questionou como um trabalhador que recebe R$ 2.000 e solicitou um empréstimo consignado de R$ 1.000 pode arcar com uma taxa de juros tão alta, enquanto ele mesmo empresta dinheiro a grandes empresários a uma taxa de apenas 10% ao mês.

Embora também considere os juros cobrados dos empresários elevados, ele enfatizou que os juros do crédito consignado são "triplamente caros".

O presidente afirmou que planeja discutir o assunto com o ministro Haddad e os presidentes dos bancos, a fim de entender como essa situação prejudica a população de baixa renda. Lula destacou que, nesse tipo de empréstimo, a folha de pagamento é utilizada como garantia, o que deveria reduzir as taxas de juros para os trabalhadores.

No entanto, eles ainda pagam juros mais altos do que os empresários. Para ilustrar sua preocupação, Lula mencionou que, ao consultar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um empresário pode obter um empréstimo a uma taxa anual de 14%, que embora seja considerada alta, é apenas metade da taxa cobrada não crédito consignado, que possui garantia assegurada por meio do desconto direto na folha de pagamento.

Foto: Arquivo Dez.

Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes).