O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância de priorizar o combate à desigualdade global, ao lado do desafio climático, durante seu discurso na Cúpula sobre o Novo Pacto de Financiamento Global, realizado em Paris, na França, nesta sexta-feira (23).
Lula afirmou que a palavra "desigualdade" não pode ser negligenciada em reuniões entre líderes de países importantes. Ele enfatizou a necessidade de abordar as disparidades salariais, raciais, de gênero, educacionais e na área da saúde, em um mundo cada vez mais desigual, onde a riqueza está concentrada nas mãos de poucos enquanto a pobreza afeta cada vez mais pessoas.
O ex-presidente brasileiro mencionou os avanços alcançados durante seus dois mandatos, de 2003 a 2010, e durante o governo de Dilma Rousseff (PT), de 2011 a 2016. No entanto, ele lamentou que o Brasil e muitos outros países tenham retrocedido recentemente .
Lula argumentou que o sistema financeiro internacional também precisa passar por mudanças significativas. Ele criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI), criado após a Segunda Guerra Mundial para auxiliar na receita econômica de países pós-conflito. Segundo o presidente, as intenções protegidas nessa época não atendem mais às aspirações e interesses da sociedade.
O líder brasileiro questionou a eficácia do Banco Mundial e do FMI em atender às demandas globais. Ele mencionou concessões concedidas à Argentina e criticou a atuação irresponsável dessas instituições, enfatizando a difícil situação econômica enfrentada pelo país vizinho devido à falta de recursos para pagar suas obrigações.
Lula é aliado do atual presidente argentino, Alberto Fernández, e tem trabalhado para auxiliar o governo argentino. Ele terá um encontro com Fernández em Brasília na próxima segunda-feira (26).
O discurso de Lula na Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global reforça sua visão de que a luta contra a desigualdade deve ser uma prioridade global, equiparada à urgência da crise climática. Suas críticas ao sistema financeiro internacional e sua defesa por mudanças refletem sua busca por uma ordem mundial mais justa e equitativa, na qual a preocupação com as questões sociais seja tão relevante quanto as questões econômicas e ambientais.
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República.
Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes e Igor Islabão).