Na última quarta (21) e quinta (22), empresas de assessoria de economia, agronomia e gestão hídrica, promoveram um encontro que atraiu mais de 200 produtores agrícolas de todo o Rio Grande do Sul no Parque Morada do Sol, em Pelotas. O evento proporcionou uma oportunidade para os produtores trocarem informações, apresentarem resultados de experimentos e pesquisas, além de discutirem maneiras de se prepararem melhor para a próxima safra.
Ao longo do encontro, foram abordadas questões relacionadas às culturas de arroz, soja e milho, bem como temas como drenagem, domínios de águas e suavização. A prevenção para os possíveis impactos do El Niño foi um tópico bastante enfatizado, com destaque para o trabalho na macrodrenagem.
Após concluir a safra 2022/2023, os produtores estão se preparando para iniciar uma nova safra. A expectativa agora está voltada para os recursos do Plano Safra 2023/2024, que devem ser anunciados pelo governo federal na próxima terça-feira (27). A disponibilidade e acessibilidade desses recursos são aspectos de grande interesse para os produtores. Além do valor disponibilizado, as dúvidas giram em torno da duração desses recursos e das taxas de juros.
De acordo com o Diário Popular, a taxa Selic, que serve como referência para os juros, está atualmente em 13,75%, mantida pelo Copom e anunciada pelo Banco Central na última terça-feira (21). Os produtos esperam que recursos estejam disponíveis com juros mais acessíveis, para que possam adquirir insumos para a próxima safra. O alto custo de produção é visto como um dos principais desafios enfrentados pelos agricultores, como exemplificado pelo aumento de 300% nos preços dos fertilizantes na safra passada. Apesar da queda de 8% na produtividade da soja devido à estiagem, a cultura obteve uma produtividade recorde de 216 sacos por hectare, em média, para o grupo de produtores. Quanto ao arroz, a produtividade média do grupo teve um aumento de 3%. Para a próxima safra, mesmo com a queda nos preços do produto, a expectativa é de maior lucratividade devido à redução nos custos de produção da soja.
O milho, que vem sendo apresentado na rotação de culturas com arroz e soja, tem entre os produtores com suas produtividades. O desafio, no entanto, é o preço do grão, que não é estimulante e pode influenciar a decisão dos agricultores em relação à área de plantio para o próximo período. Apesar disso, o milho é considerado uma ótima alternativa de rotação de culturas, ampliando as opções de commodities para venda, embora a rentabilidade seja baixa devido aos preços de mercado.
No último dia do encontro, a programação conto com momentos especiais, como a palestra "Abrindo a Porteira: Uma História de 51 Safras", ministrada pelo produtor Carlos Alberto Iribarrem. Outros temas considerados incluíram análise de resultados e projeções para a próxima safra de soja.
Foto: Diário Popular.
Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes e Igor islabão).
