Operação policial desarticula esquema de cobranças pendentes por médicos conveniados ao IPE Saúde
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Publicado em 22/06/2023

Nesta quinta-feira (22), uma operação policial foi perseguida investigando médicos conveniados ao plano de saúde dos servidores do Rio Grande do Sul, o IPE Saúde, por suspeita de cobranças indevidas por consultas e cirurgias. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em locais ligados a profissionais da área médica nas cidades de Bagé, localizadas na Fronteira Oeste do RS, e Cachoeira do Sul, na Região Central.

De acordo com as autoridades policiais, o objetivo da operação é apreender documentos, celulares e outros materiais que possam contribuir para a investigação em andamento. O Ministério Público (MP) afirma que há manifestações da prática do crime de extorsão.

Um dos alvos médicos da operação é o Dr. Jorge Kaé Filho, de Bagé. Segundo a polícia, há relatos de pacientes que afirmam ter realizado pagamentos extras de até R$ 2,8 mil para a realização de cirurgias no aparelho digestivo. Esse tipo de cobrança é ilegal, uma vez que o procedimento já é coberto pelo IPE.

"Recebemos inicialmente a informação de que um paciente da cidade de Bagé havia sido submetido a uma cirurgia com um médico bastante conhecido na região, e que lhe foi cobrado o valor de R$ 2,8 milhões. Como sabemos que essa cobrança é ilegal pelo IPE, o paciente procurou a ouvidoria do IPE e registrou uma ocorrência policial em Bagé, que chegou ao nosso conhecimento", explica o delegado Max Ritter, responsável pela operação na Fronteira Oeste.

Outro médico, residente em Cachoeira do Sul, foi denunciado por um paciente que relatou ter pago R$ 3,5 mil para realizar um procedimento cirúrgico.

"Muitos pacientes se sentiram constrangidos e íntimos a denunciar o médico, especialmente em regiões onde há poucos profissionais disponíveis. Esta investigação também tem o objetivo de encorajar as pessoas a se manifestarem e denunciarem casos semelhantes que tenham ocorrido com elas", diz Augusto Zenon, delegado responsável pelo caso em Cachoeira do Sul.

A polícia solicitou a prisão dos médicos, porém o pedido foi negado pela Justiça. No entanto, os dois profissionais tiveram sua licença médica suspensa até a conclusão das questões.

Em maio de 2022, o IPE Saúde estabeleceu uma ouvidoria para receber reclamações dos usuários. O número de denúncias relacionadas a cobranças foram aumentadas de 18 de dezembro para 38 de janeiro.

 

Foto: Polícia Civil/Divulgação.

Priscila Fagundes (estagiária sob supervisão de Paola Fernandes e Igor Islabão). 

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