No dia 31 de março é comemorado o dia internacional da visibilidade transgênero. Em alusão às pessoas transgêneras de países onde não é possível afirmar a própria identidade de gênero, que pessoas transgêneras são lembradas aqui no Brasil e em outras tantas sociedades democráticas. As pessoas transgêneras ainda enfrentam os desafios da desigualdade por todo o Brasil, mas ainda somos exemplo para tantas outras pessoas transgêneras, em países onde é crime ter identidade de gênero sendo uma pessoa LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Interssexos). Ter a identidade de gênero como uma possibilidade de autoconhecimento foi um direito alcançado pelos movimentos de lutas sociais no Brasil. Pessoas trans têm o direito de viverem suas identidades sem a importunação de ter suas identidades comparadas a crimes sexuais, ou quaisquer associações de criminalização da identidade de gênero de pessoas transgêneras.

A transfobia de Estado atinge cerca de 37% dos Estados membros da ONU (Organização das Nações Unidas). A lgbtfobia de estado, situada em países que criminalizam a pessoa LBTQIA+, contribui para que Estados como o brasileiro, sejam coniventes com condutas criminosas. Para mudar essas realidades, além de um sistema jurídico e penal de proteção e preservação da vida também de pessoas transgêneras, o combate às desigualdades sociais deve compor uma agenda política educacional assídua.

O mantra por direitos iguais é político e marca lutas coletivas. “O primeiro e único tratado interamericano referente à questões de gênero foi promulgado somente em 1994” (POLITIZE, 2021). Nesse sentido, os direitos das pessoas transgêneras ainda precisam ser alinhados em políticas de Direitos Humanos que são de pessoas transgêneras, mas não somente, são também de mulheres, de crianças e tantas outras populações subalternizadas pela violência de gênero e racismo.

O mês de março se abre com a importante alusão a importância da luta feminista no dia internacional da mulher, categoria de sujeitas que enfrentam diversas criminalizações localmente e também internacionalmente. E é encerrado também por símbolos de resistências de transmasculinos e travestis. Integrar a comunidade transgênera aos espaços de sociabilidade ainda é uma demanda urgente para combater a marginalização e a periferização de pessoas transgêneras no Brasil.

Foto: Flickr

Fonte: Vogue/Cultura

Por:

Lidiane Lopes (Estagiária sob supervisão de Igor Islabão).