Começa novo júri de Leandro Boldrini no Rio Grande do Sul
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Publicado em 22/03/2023

O médico passou mal um pouco antes de iniciar a sessão do júri no Foro da Comarca de Três Passos. A defesa informou que ele estava no Fórum, mas não tinha condições de estar presente no plenário. Um grito seu foi ouvido, ainda na rua. Após mais uma crise nervosa, ainda pela manhã, o pai da vítima foi levado para a Penitenciária Modulada de Ijuí no início da tarde de ontem.

A testemunha chamada pela manhã foi a delegada regional de Três Passos, Cristiane de Moura e Silva Braucks. Em seu testemunho, ela revelou um pouco mais da relação de Leandro com o filho, baseada no descaso e indiferença da família. Inicialmente, logo depois do início das investigações pelo até então desaparecimento de Bernardo, a policial comentou que o menino não tinha sequer roupas compatíveis com a boa situação financeira do médico. 

Segundo a delegada Cristiane, conforme as apurações iam avançando, as versões dos suspeitos mudavam. Nesta quarta-feira será ouvida a psicóloga que tratou Bernardo, Ariane Schmitt, quinta e última testemunha arrolada pela acusação. Na sequência, serão ouvidos depoentes da defesa.

Relembre  o Caso

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014 na cidade de Três Passos (RS), aos 11 anos. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, em Frederico Westphalen, enterrado às margens de um rio. Edelvânia, amiga da madrasta, admitiu o crime à polícia e mostrou o local onde o corpo foi enterrado.

O menino morreu depois de receber uma forte dose do sedativo midazolam. Quase cinco anos após a morte, foram condenadas quatro pessoas: o pai, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia.

A sentença lida pela juíza Sucilene Engler na época apontou que, além da morte, o garoto sofria maus tratos. Em juri, a juíza descreveu que o acusado e a madrasta praticavam atos de violência psicológica e humilhação contra a vítima, tal como mostram os vídeos no celular do réu. Na decisão, também foi citado o "descontrole emocional e perversidade extraordinária" do pai.

Foto: Leonardo Carlini/Jornal o Alto Uruguai.

 

Lidiane Lopes

(Estagiária sob supervisão de Igor Islabão).

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