O programa foi criado em 2013, no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), mas foi abandonado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) por deficiência no orçamento. No momento, são cerca de 13 mil médicos que atuam no programa. Com as novas contratações previstas, o total deve saltar para 28 mil. Com a retomada, segundo o Ministério da Saúde, 96 milhões de brasileiros terão garantia de atendimento médico na atenção primária, porta de entrada do SUS. A volta do programa conta com algumas alterações para aumentar a permanência dos médicos nas localidades em que são alocados. A iniciativa, no entanto, é criticada por entidades médicas.
Para o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), César Eduardo Fernandes, o Mais Médicos tem problemas em sua formulação. Ele afirma que, em algumas localidades, é difícil prover as necessidades médicas. No entanto, contratar profissionais sem registros brasileiros não seria a solução adequada. Um caso seria projetar programas de residências médicas que aloquem os residentes, juntamente com seus orientadores, em localidades que enfrentam uma maior carência de serviços de saúde. Ao fazer isso, continua Fernandes, seria possível providenciar serviços médicos de qualidade para essas regiões ao mesmo tempo que colabora com a formação de médicos no Brasil.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) foi outra instância que teceu críticas ao programa, especialmente no que diz respeito à falta de exigência de revalidação do diploma. "Programas de alocação de profissionais em áreas de difícil provimento devem observar essa exigência legal para reduzir os riscos de exposição da população a pessoas com formação inconsistente", informou em nota.
Foto: Carolina Abelin/Jovem Pan.
Lidiane Lopes
(Estagiária sob supervisão de Igor Islabão).