Conforme a apuração do Ministério Público (MP), 17 policiais militares agrediram 12 torcedores do time pelotense, entre eles Rai Duarte, que ficou hospitalizado por 116 dias com lesões graves por tortura. O caso ocorreu no dia primeiro de maio de 2022, no Estádio Passo D’Areia.
A denúncia foi feita nesta terça-feira (24), o caso foi registrada como tortura. De acordo com promotores Marcos Reichelt Centeno e Anelise Haertel Gres, um dos PMs também foi denunciado por falsificação e documento e um segundo foi acusado de tortura, falsificação de documento, injúria e ameaça. Todos os denunciados integravam a Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Os nomes não foram divulgados e no inquérito da polícia militar feito pela Brigada Militar (BM), apenas 10 PMs haviam sido indiciados por tortura e lesão corporal de natureza grave, tortura e tentativa de homicídio. Os demais teriam participado com nível menor de comprometimento.
Reveja o caso
O incidente ocorreu após o jogo entre o Brasil de Pelotas contra o São José válido pela série C do Campeonato Brasileiro no Estádio Passo D’Areia, sede do clube de Porto Alegre.
Por volta das 19h, agentes do 11º Batalhão da Polícia Militar ingressaram no local para controlar uma briga. Após a confusão, quando torcedores do time visitante retornavam para a arquibancada, 11 deles foram encurralados pelos policiais, segundo a denúncia.
Dentre eles o mais agredido foi o torcedor Rai Duarte, que não9 tinha participado da briga. Ele foi retirado de um ônibus que voltava para Pelotas, e em seguida foi preso por 3 policiais por motivo ainda não esclarecido, conforme os promotores. Ele foi algemado e levado junto aos demais torcedores, e agredido em um banheiro.
O Ministério Público (MP) apontou que Rai sofreu lesões de natureza grave, como hemorragia intra-abdominal, ruptura de artéria cólica média, hematoma em mesocólon transverso, isquemia de cólon transverso, choque hemorrágico e escoriação em um dos dedos da mão esquerda.
Foi reforçado na denúncia também que a agressão é recorrente sempre que os torcedores estão em Porto Alegre para apreciar o time. Os agressores também teriam ameaçado colocar drogas para incriminar os torcedores. Outra ameaça apurada foi que, se as agressões fossem denunciadas, haveria represália.
Lidiane Lopes
(Estagiária sob supervisão de Lisandra Reis).