Em busca na casa do ex-ministro da justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, a polícia federal encontrou uma minuta de um decreto para  instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral. A medida seria para mudar o resultado das eleições, e deslegitimar a vitória de Lula sobre Bolsonaro nas urnas. Segundo juristas, trata-se de uma medida inconstitucional, por prever a interferência indevida do Poder Executivo na Justiça Eleitoral, e seria configurada como golpe.

Por meio de seu Twitter, Anderson Torres se pronunciou, alegando que o "documento citado foi vazado fora do contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas" contra ele. É investigado uma possível participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na ação, já que o estado de defesa é um decreto que pode ser assinado apenas pelo presidente da república, o que faz de Bolsonaro um suspeito nas investigações. 

Investigadores da PF e membros da equipe de Lula avaliam que a minuta é a 1ª prova de que o governo Bolsonaro cogitou um golpe. O ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, declarou que o documento "É gravíssimo e é a materialidade que mostra o real objetivo dos eventos do dia 8 de janeiro". Já o atual ministro da justiça, Flávio Dino, disse que a minuta "É um elo da corrente golpista", e anunciou que irá pedir a extradição de Anderson Torres, caso ele não retorne até segunda. O ex-ministro está nos Estados Unidos, e teve mandado de prisão decretado após os atos terroristas de domingo (8), porém declarou que irá se entregar à polícia.

Yasser Hassan

(Estagiário sob supervisão de Lisandra Reis)