A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou nesta quinta-feira o primeiro caso da doença viral mpox na Suécia, também foi confirmado que há uma relação com o surto que houve na África. É o primeiro caso da doença fora do continente africano, e um dia após ter sido declarada como uma emergência de saúde pública global.
Autoridades de saúde suecas revelaram durante uma coletiva de imprensa que a pessoa foi infectada enquanto estava na África, mas já está recebendo tratamento adequado.
O que é mpox?
A mpox é uma doença viral transmitida por meio de contato com infectados ou materiais contaminados com o vírus. O vírus pode se espalhar por meio de contato próximo, como toque, beijo ou sexo, bem como por materiais contaminados como lençóis, roupas e agulhas, segundo a OMS.
Os principais sintomas são as lesões na pele, que podem vir acompanhadas de febre, dor no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. De acordo com o Ministério da Saúde, o intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox varia de três a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
As lesões na pele podem ser planas ou levemente elevadas e são preenchidas por um líquido claro ou amarelado. Conforme a doença evolui, elas podem formar crostas, que secam e caem. As lesões podem se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas também podem surgir em outras partes do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o clado 1 leva a uma doença mais grave e é mais letal em comparação ao clado 2. O clado 1 é endêmico na República Democrática do Congo e é responsável pelo surto atual. Já o clado 2 foi responsável pelo surto global que começou em 2022, de acordo com o CDC.
De acordo com o CDC, o surto atual de mpox na República Democrática do Congo está mais disseminado do que qualquer outro surto anterior na região e a letalidade é maior. Só neste ano, a República Democrática do Congo registrou 15,6 mil casos de mpox e 537 mortos. O número já é maior do que o surto de 2022, provocado pelo clado 2: apesar dos 85 mil casos registrados, houve apenas 120 mortes.
No momento, é possível que a doença se espalhe para outros países, diante desse cenário, o Ministério da Saúde convocou uma reunião na terça-feira (13) para tratar da doença. Em nota, a pasta informou que a proposta é atualizar as recomendações e o plano de contingência para a doença no país. A doença já é considerada um caso de emergência de saúde pública global.
Não existe um tratamento específico contra a doença, apenas formas de aliviar os sintomas e prevenir complicações futuras. A maioria dos pacientes tratados se recupera em um mês, mas a doença pode ser fatal quando não tratada. A principal forma de se prevenir contra a mpox é por meio da vacinação, a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox está sendo negociada pelo Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Por Augusto Lettnin Ferri
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