Estabelecimentos gaúchos continuam com níveis baixos de atividade e a arrecadação do ICMS caiu 4% devido aos impactos das enchentes
A Receita Estadual divulgou na sexta-feira (9) a nona edição do Boletim Econômico-Tributário sobre os efeitos das enchentes nas operações econômicas dos contribuintes do ICMS no Rio Grande do Sul. Segundo o relatório, 3.159 empresas gaúchas afetadas mantêm um nível de atividade considerado baixo, ou seja, com vendas inferiores a 30% da média normal pré-enchentes.
Desse total, 933 pertencem ao Regime Geral de Tributação, que inclui empresas maiores, e 2.226 estão no Simples Nacional, voltado a micro e pequenas empresas. Os setores mais atingidos são supermercados, com 984 estabelecimentos, calçados e vestuário, com 465, e móveis e materiais de construção, com 354.
Nível de atividade das empresas gaúchas
Dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral nas áreas inundadas, 79% operaram normalmente entre 24 e 30 de julho (com atividade superior a 70% do habitual), 6% apresentaram nível médio (entre 30% e 70% do normal) e 15% tiveram nível baixo (vendas abaixo de 30% da média pré-enchentes). O nível de atividade vinha melhorando semanalmente desde 8 a 14 de maio, quando era de apenas 30%, mas estabilizou entre 76% e 79% desde o fim de junho.
No Simples Nacional, dos 5.106 estabelecimentos nas áreas afetadas, 17% estão com nível baixo, 3% com nível médio e 80% operando normalmente. A evolução semanal é semelhante à dos estabelecimentos do Regime Geral, com crescimento mais lento e variação entre 76% e 80% no último mês. No pico da crise, apenas 33% estavam operando normalmente.
Arrecadação de ICMS
Outro ponto do boletim é o impacto na arrecadação do ICMS entre 1º de maio e 31 de julho. O valor projetado era de R$11,87 bilhões, mas foram arrecadados R$11,39 bilhões, resultando numa redução de R$480 milhões (-4,0%).
Por: Pedro Farias
Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini